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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2014

Memórias de Inverno

Sentada no sofá, embrulhada numa manta e acolhida pelas chamas provenientes da lareira, recordo o dia em que me deixaste. Não me perguntes porque te lembro agora, porque eu não sei concretamente, mas talvez seja a falta do teu corpo junto ao meu nos dias de frio. Talvez seja a falta que eu sinto dos dias de Inverno em que me arrastavas da cama cedo apenas para irmos dar um passeio de manhã, bem cedo, e apreciarmos a beleza do inverno. Ou talvez seja a falta que sinto dos imensos domingos que passávamos embrulhados um no outro, no sofá da sala e a vermos filmes e mais filmes, enquanto olhares e sorrisos apaixonados eram trocados entre nós. Mas nada disso aconteceu no primeiro dia de inverno, aquele em que me deixaste. Tu estavas tão frio como o tempo e tão distante como os dias de verão. Os teus olhos pareciam não ter nenhuma da vivacidade e energia a que me tinhas habituado e o teu corpo era a única coisa que parecia estar presente. E tu foste pragmático. Tu disseste que

(Des)Ilusões

Há momentos na vida em que a melhor ideia, pelo menos aquela que nos parece mais plausível, é desistir. Desistir daquilo em que acreditamos, dos nossos sonhos, porque por acreditarmos de mais acabamos (des)iludidos. E a pior (des)ilusão é sentirmos que estamos tão, mas tão perto de realizarmos um sonho, mas depois tudo desaba. Tudo desaparece. Tudo acaba. E nós sentimos o chão a fugir debaixo dos nossos pés. Sentimos que levamos um murro no estômago e que nunca seremos capazes de domar a dor que sentimos naquele momento, mesmo que depois aprendamos a lidar com ela. É uma dor tão forte que nos faz crer que o melhor mesmo é deixar de acreditar, desistir. Se não acreditarmos, não acabamos mal. Mas depois eu penso: se eu desistir de acreditar nos meus sonhos, o que é que me vai restar? Nada. Eu não posso desistir, não podemos desistir. Às vezes as coisas correm mal. E se elas não acontecem naquele momento, então é porque não tinham de acontecer. Hão de acontecer noutro momento qua

Agarrem a Infância!

Quando eu era miúda, que é como quem diz mais nova, eu tinha aquela pressa de crescer – como todas as crianças dessa época. Aquela pressa de atingir uma determinada idade para poder ter telemóvel, outra determinada idade para ter computador, para poder sair com os meus amigos… Nós crescíamos normalmente, ao ritmo normal, com metas para podermos atingir determinados objetivos. E isso tinha piada. O esperar mais uns anos, depois só mais um ano, um mês, uma semana, um dia… Para atingirmos aquela idade que nos permitia fazer mais alguma coisa. Mas hoje em dia, eu sinto que as crianças já não têm a oportunidade de sentir isso, porque crescem depressa de mais. Aos seis anos – se tanto! – já têm telemóvel e computador e tablet e playstation e mais não sei o quê. Têm tudo de mão beijada, sem terem que esperar, que “sofrer” para poderem alcançar a meta onde estava aquele prémio. Não conseguem sentir aquele prazer de mexer num telemóvel pela primeira vez quando vão para

Partir

Há uns dias atrás deparei-me quase de lágrima no olho ao ouvir alguém, que eu passei a admirar, falar sobre o como temos de ter objetivos definidos e sobre o facto de que podemos ser quem quisermos desde que trabalhemos para tal. Mas o que me fez ficar à beira das lágrimas foi essa pessoa dizer que vai embora deste país em breve. Que seremos a sua última turma. E eu pensei que não queria não marcar aquela pessoa. Queria que ela se lembrasse de coisas boas em relação a mim, à minha turma. Queria que, apesar de ir embora, essa pessoa levasse um pouquinho de mim, de cada um de nós. Deixar este país, deixar toda uma vida para trás não deve ser fácil. Não deve ser fácil partir sem saber se é uma viagem com ou sem regresso. Não deve ser fácil partir e deixar para trás o nosso Portugal, aquele país que mesmo sem o verbalizarmos todos adoramos. Mas, acima de tudo, não deve ser fácil deixar para trás uma vida de sonhos e planos feitos naquele país e que agora terão de ser arrumados nu

Algumas dicas... para prevenir constipações

Hello, dreamers! Aqui estou eu para mais um post , desta vez inspirada pelo tempo que é muito propício a uma coisa que eu odeio, a pior coisa do mundo para mim: constipações. Como odeio, tenho tentado descobrir medidas de preveni-las ou curá-las. Não são medidas assim nada fantásticas ou desconhecidas, mas achei que era uma boa ideia partilhá-las com vocês, uma vez que a prevenção é sempre o melhor remédio. 1ªMedida : Agasalhem-se. As constipações são mais frequentes no inverno, mas são facilmente evitadas se usarmos roupas quentes e se evitarmos exposições ao sol, nos dias em que ele existe. Apesar de eu dizer para se agasalharem, tentem não vestir demasiada roupa porque depois irão ficar com calor e transpirar e só irão ficar piores. 2ªMedida : Comam laranjas e frutas com vitamina C que está mais que provado cientificamente que são ótimas para a prevenção e também para a cura de constipações. 3ªMedida: Bebam coisas quentes antes de irem para a cama, por exemplo lei

Divagações de domingo à tarde...

“- Sabias que, praticamente ao longo de toda a história da espécie humana, a esperança de vida média era inferior a 30 anos? Dava para contar uns 10 anos de vida adulta, certo? Não havia planeamento de reforma. Não havia planeamento de carreira. Não havia planeamento. Não havia tempo para planeamentos. Não havia tempo para o futuro. Mas depois a esperança de vida começou a aumentar, e as pessoas começaram a ter cada vez mais futuro, e por isso começaram a pensar cada vez mais nele. A pensar no futuro. E agora a vida passou a ser o futuro. Todos os momentos da nossa vida são vividos em função do futuro… Vamos para o secundário para podermos ir para a faculdade, para podermos arranjar um bom trabalho para podermos arranjar uma boa casa, para podermos mandar os nossos filhos para a faculdade, para eles poderem arranjar uma boa casa, para poderem mandar os filhos deles para a faculdade.” – John Green, Cidades de Papel É esta a realidade. Tudo hoje é feito, é vivido em função de um

Acidentes de Percurso

Rotundas, estradas que parecem não ter fim, becos sem saída. É a isto que a vida se resume. Longas caminhadas que parecem intermináveis e que achamos que nunca nos hão de levar a lado algum. Mas eu acredito que, no final da estrada, estará alguém há nossa espera para nos dizer se percorremos o caminho certo ou não. No fim, há de haver alguma coisa que faça tudo o resto valer a pena. Às vezes há demasiadas rotundas, estradas demasiado longas, becos infinitos… Mas no fim todo esse longo percurso há de compensar. Não desistam. Arrisquem. Corram, saltem, gritem, cantem, chorem… Não importa. Vivam, acima de tudo, vivam. Sejam felizes. Tudo o resto não são mais que acidentes de percurso.