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Há uns dias atrás deparei-me quase de lágrima no olho ao ouvir alguém, que eu passei a admirar, falar sobre o como temos de ter objetivos definidos e sobre o facto de que podemos ser quem quisermos desde que trabalhemos para tal. Mas o que me fez ficar à beira das lágrimas foi essa pessoa dizer que vai embora deste país em breve. Que seremos a sua última turma. E eu pensei que não queria não marcar aquela pessoa. Queria que ela se lembrasse de coisas boas em relação a mim, à minha turma. Queria que, apesar de ir embora, essa pessoa levasse um pouquinho de mim, de cada um de nós.



Deixar este país, deixar toda uma vida para trás não deve ser fácil. Não deve ser fácil partir sem saber se é uma viagem com ou sem regresso. Não deve ser fácil partir e deixar para trás o nosso Portugal, aquele país que mesmo sem o verbalizarmos todos adoramos. Mas, acima de tudo, não deve ser fácil deixar para trás uma vida de sonhos e planos feitos naquele país e que agora terão de ser arrumados numa gaveta e esquecidos. Há que começar do zero. Aprender, de novo, a viver. E isso é que me custa. Como é que é possível fazer-se isso? Eu não sei, nunca passei por isso, mas sei que é possível. Tantos já o fizeram e outros tantos hão de o fazer. Quem sabe, também esse seja o destino reservado à minha geração e a tantas outras. Mas eu desejo que não. Nós temos sempre mais orgulho do que é nosso e Portugal é nosso e sempre há de ser.

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