Quando eu era miúda, que é como
quem diz mais nova, eu tinha aquela pressa de crescer – como todas as crianças
dessa época. Aquela pressa de atingir uma determinada idade para poder ter
telemóvel, outra determinada idade para ter computador, para poder sair com os
meus amigos… Nós crescíamos normalmente, ao ritmo normal, com metas para
podermos atingir determinados objetivos. E isso tinha piada. O esperar mais uns
anos, depois só mais um ano, um mês, uma semana, um dia… Para atingirmos aquela
idade que nos permitia fazer mais alguma coisa.
Mas hoje em dia, eu sinto que as
crianças já não têm a oportunidade de sentir isso, porque crescem depressa de
mais. Aos seis anos – se tanto! – já têm telemóvel e computador e tablet e
playstation e mais não sei o quê. Têm tudo de mão beijada, sem terem que
esperar, que “sofrer” para poderem alcançar a meta onde estava aquele prémio.
Não conseguem sentir aquele prazer de mexer num telemóvel pela primeira vez
quando vão para o ensino básico – como foi o meu caso – porque quase já
nasceram habituadas a fazê-lo. Essas crianças já não vão saborear tantas coisas
que eu saboreei como brincar na rua, fazer festas de anos na quinta dos meus
avós com os meus amigos, esperar pelo dia seguinte para lhes contar uma
novidade ao invés de mandar uma mensagem ou ligar… E, mesmo que não por culpa
delas, já não vão poder saborear aquela adrenalina de fazer os trabalhos de
casa mais rápido para às 18h estarem despachados e sentados no sofá à espera
que os Morangos com Açúcar começassem.
Eu sinto tantas saudades desses
tempos que me faz confusão perceber o que todas as crianças de hoje estão a
perder. Faz-me confusão saber que elas não vão experienciar tantas coisas
incrivelmente divertidas que eu pude experienciar e que vão perder tantas coisas
boas que eu felizmente ainda tive oportunidade de viver. Acho que é preciso
mostrar-lhes que a infância lhes está a passar à frente e que eles não a estão
a agarrar como deviam porque estão demasiado ocupados a mexer com os 1500
aparelhos eletrónicos que os paizinhos lhes dão e que esse tempo nunca mais vai
voltar. Que a vida passa a correr e que se não aproveitarmos agora, daqui a uns
anos também já não poderemos aproveitar o que ficou para trás por viver
devidamente.
Façam-nas olhar para o sol lá
fora e ter vontade de ir correr, de ir saltar. Também é preciso. Agarrem a
infância, porque ela não volta nunca mais.
Um blog de textos! Ah como eu adoro *-*
ResponderEliminarConcordo contigo. Acho que as crianças de hoje em dia nunca saberão o que é viver a infância de verdade, o que é uma pena.
O teu conteúdo é muito bom, escreves muito bem! Só acho que deverias mudar um pouco a aparência do blog. Um fundo mais neutro (um padrão por exemplo), um cabeçalho centralizado e mais apelativo, uma foto de perfil maior, e as redes sociais personalizadas fariam toda a diferença. Eu posso ajudar :), mas de resto, tens tudo para que o blog dê certo.
Beijinhos :)
http://diariodeumafricana.blogspot.com/
Achas que me poderias ajudar com essa parte da aparência? É que eu realmente não sei muito bem como personalizar o blog e quais as funcionalidades de determinadas coisas e de como as fazer
Eliminar