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"Cem Anos de Solidão" | Review

Olá, dreamers

Está tudo bem por esse lado? Espero que março esteja a começar bem e que seja um ótimo mês para todos! O primeiro post aqui no blogue deste mês vai ser uma review de um livro que acabei recentemente. 

Cem Anos de Solidão é um livro que mora cá em casa há já alguns anos e que quer a minha irmã quer o meu pai já tinham lido e comentado sobre o quão bom era. Contudo, no meio de tantos outros em fila de espera, este nunca foi um que despertasse muito o meu interesse. No início deste ano letivo, como em todos os outros, eu tive de escolher um livro de leitura integral obrigatória sobre o qual teria de fazer uma apresentação oral. Por uma questão de comodidade, pois já tinha o livro em casa e o feedback que tinha dele era bom, escolhi o Cem Anos de Solidão para ser a minha apresentação oral deste segundo período. Acabei de o ler na semana passada, já fiz a apresentação oral e só tenho uma palavra a dizer: adorei! Mas vamos lá começar esta review.

Ficha Técnica:
Título: Cem Anos de Solidão (em espanhol, Cien Años de Soledad)
Autor: Gabriel García Márquez 
Género: Romance
Data de lançamento: 1967
O autor recebeu, com esta obra, o Prémio Nobel da Literatura, em 1982.



Sinopse:
"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.» Com estas palavras - tão célebres já como as palavras iniciais do Dom Quixote ou de À Procura do Tempo Perdido - começam estes Cem Anos de Solidão, obra-prima da literatura contemporânea, traduzida em todas as línguas do mundo, que consagrou definitivamente Gabriel García Marquez como um dos maiores escritores do nosso tempo. A fabulosa aventura da família Buendía-Iguarán com os seus milagres, fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações são a representação ao mesmo tempo do mito e da história, da tragédia e do amor do mundo inteiro." [fonte]



Opinião Pessoal:
Antes de dar a minha opinião, quero começar por dizer que não acho, de todo, que esta sinopse faça jus a este fantástico livro, mas é realmente difícil encontrar uma sinopse ou resumo que sejas concisos e bons. Este livro é algo muito complexo e simples ao mesmo tempo, que é muito complicado de resumir e de explicar. Com a maior das simplicidades possíveis, posso dizer-vos que conta a história de uma aldeia remota e fictícia, Macondo, e da família Buendía, sendo que ambas se desenvolvem ao mesmo tempo. Nesta obra, nós somos confrontados com temas muito importantes relacionados com a condição humana que nos fazem parar e pensar. Pode ser confusa em alguns momentos, mas no fim tudo se torna claro e até os pormenores que julgarmos não serem importantes fazem todo o sentido. Reafirmando aquilo que disse no início deste post, eu adorei este livro e recomendo-o vivamente, mas deixo já aqui a ressalva de que é um livro que tem de ser lido com tempo porque pode ser confuso nalguns momentos. De qualquer das formas, é realmente fantástica a forma como García Márquez nos consegue prender às suas personagens e à sua escrita - o Prémio Nobel foi totalmente merecido, na minha opinião.

Para terminar, deixo-vos aqui uma das minhas citações favoritas do livro e espero que ela vos abra a curiosidade para lerem esta obra - caso não a conheçam e/ou ainda não a tenham lido.

"Com efeito, desde que o encontrara nos baús de Aureliano Segundo, Fernanda punha muitas vezes o vestido de rainha já muito comido pelas traças. Quem quer que a tivesse visto diante do espelho, extasiada pelas suas próprias poses monárquicas, teria podido pensar que estava louca. Mas não. Tinha, simplesmente, transformado as roupagens reais numa máquina de lembranças. Da primeira vez que as vestiu não conseguiu evitar que se lhe fizesse um nó no coração e que os olhos se lhe enchessem de lágrimas, porque naquele instante voltou a sentir o cheiro a graxa das botas do militar que foi busca-la a casa para a fazer rainha, e a alma cristalizou-se-lhe com a nostalgia dos sonhos perdidos. Sentiu-se tão velha, tão acabada, tão distante das melhores horas da sua vida, que até teve saudade das que recordava como sendo as piores, e só então descobriu quanta falta lhe faziam as lufadas de orégãos no corredor, e o aroma das roseiras ao entardecer e até a natureza bocal dos forasteiros. O seu coração de cinza pisada, que tinha resistido sem quebranto aos goles mais certeiros da realidade quotidiana, ruiu aos primeiros embates da nostalgia. A necessidade de se sentir triste ia-se tornando em vício à medida que os anos a devastavam. Humanizou-se na solidão.”

Espero que tenham gostado deste post!
Beijinhos,


Comentários

  1. Confesso que não conheço o livro, mas a minha professora de literatura costumava fala muito bem dele!!

    Beijinhos
    https://whaaatifni.blogspot.pt

    ResponderEliminar
  2. "Cem Anos de Solidão" é dos meus livros preferidos de todo o sempre!! É um livro incrível, que aconselho mesmo a toda a gente.

    Beijinhos, Ensaio Sobre o Desassossego

    ResponderEliminar
  3. Nunca li o livro mas já ouvi falar tão bem que um dia caiu na tentação :)

    Beijinhos,
    Melissa Sousa
    ÓSCARES 2018 - OS LOOKS (QUE SE SAFARAM) DA RED CARPET

    ResponderEliminar

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