Avançar para o conteúdo principal

Solidão

Sendo humana, há muitas coisas das quais tenho medo e não tenho problema nenhum em admiti-lo. Contudo, há algo que me assusta mais que tudo o resto. A solidão é algo que me assusta e que tem realmente um impacto em mim.

Custa-me pensar em todos aqueles casos que idosos que morrem sozinhos em casa ou em camas de hospital ou que são abandonados num lar sem que nunca ninguém os vá visitar. Só por si, quando chegamos à velhice tornamo-nos pessoas mais solitárias, porque vamos perdendo os nossos amigos, o/a nosso/a companheiro/a; mas sermos, literalmente, abandonados pelas pessoas que nós amamos e que, supostamente, nos deviam amar também é algo que me revolta. Os pais cuidam dos filhos durante toda a vida - ou, pelo menos, até poderem fazê-lo; não mereceriam, no final das suas vidas, um resto de vida digno, feliz? Claro que mereciam. Ninguém merece viver sozinho/a, sofrer sozinho/a, morrer sozinho/a.

Mas há outro tipo de solidão que também me assusta. Assusta-me aquele tipo de solidão que sentimos que, mesmo quando estamos rodeados de pessoas, continuamos sozinhos no mundo. É isso que sentimos quando as pessoas que amamos nos deixam sem uma explicação. Se vão embora, ignorando tudo o que foi vivido, e nos deixam perdidos. Essa é a solidão que mais me mete medo. Porque viver, literalmente, sozinho é horrível, mas vivermos rodeados de gente e, ainda assim, sentirmos que estamos numa luta sozinhos e que ninguém nos compreende é ainda pior.

Por isso, eu só peço que todas as pessoas que são importantes para mim e que têm impacto na minha vida nunca me deixem. Peço que não se vão embora sem, pelo menos, uma explicação. Peço que não me deixem sozinha. E não peço isso só para mim; peço isso para todas as pessoas de quem gosto e peço que todas as pessoas que vivem sozinhas – literalmente ou não – possam recuperar a sua esperança e oportunidade de serem felizes.



[Peço imensas desculpas pela minha ausência e pela consequente falta de conteúdo no blogue, mas estou em época de estudo para os exames e não tenho tido tempo nem criatividade para trabalhar para vocês. Prometo que no início de julho voltarei em força. Entretanto, vão-me seguindo no Instagram do blogue.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

1986 | Série da RTP

Já me questionei várias vezes e em diversas ocasiões sobre a época em que nasci, sobre as pessoas da minha geração e aquilo que temos em comum. Sempre que o faço concluo que devia ter nascido noutra época porque sei que penso de forma diferente da grande maioria das pessoas da minha idade. Não ouço a mesma música, não vejo os mesmos filmes nem séries, não desprezo o que é nacional, não abomino a escrita ou a leitura e até gosto de estudar, bem como não finjo ser o que não sou para agradar aos outros (apesar de às vezes achar que é melhor não dizer uma determinada coisa porque o meu ponto de vista não vai ser compreendido). Resumidamente, não estou a dizer que sou uma incompreendida – porque não sou – nem estou a dizer que sou uma alternativa – porque também não o sou – mas sei que sou um bocadinho diferente da generalidade da minha geração. Sempre gostei imenso de ler e de escrever, ouço quase todo o tipo de música e considero-me uma pessoa patriótica – e com isto não quero apena

5 coisas que me irritam

Olá, olá! Como está a ser esse início de um novo ano letivo, dreamers ? O meu está a ser muito preenchido, daí a minha pouca frequência por estes lados. Apesar do meu horário me dar algum tempo livre, estas duas semanas que passaram foram bastante ocupadas e a partir de agora não vai melhorar, porque vão começar a acumular as coisas para estudar e fazer. Seja como for, vou tentar aparecer por aqui com alguma regularidade, nem que seja com um post  por mês. No Instagram do blogue, vou tentar ser mais ativa e ir fazendo algumas publicações relacionadas com organização, dicas de estudo e assim. Parece-vos bem? Vamos agora passar ao que interessa! Todos nós temos uma "lista" de coisas que nos irritam profundamente, que causam aquela comichãozinha pelo corpo todo que nos entorpece e quase nos faz soltar uns belos palavrões em alto e bom som para todos ouvirem. Não neguem, todos já sentimos isso pelo menos uma vez.  Assim, no post  de hoje, eu partilho convosco o

"A Todos os Rapazes que Amei" | Review

Olá, olá! Adivinhem quem já está de férias? Exatamente, eu mesma! Por isso, podem-se preparar para que comecem a sair posts  com mais regularidade aqui pelo blogue. Durante o tempo de aulas é praticamente escusado tentar ler porque não consigo - não tenho praticamente tempo nenhum livre e, naquele que tenho, acabo por estar sempre tão cansada que não me apetece ler. Por isso, assim que entrei de férias, a primeira coisa que fiz foi colocar a leitura em dia. Acabei um livro que tinha pendurado há uns meses e iniciei A Todos os Rapazes que Amei , que estava pendurado na prateleira há uns meses à espera que eu lhe pegasse. Vamos lá começar esta review ? Ficha Técnica: Título:   A Todos os Rapazes que Amei (em inglês, To All The Boys I've Loved Before) Autora:  Jenny Han Género:  Romance Data de Lançamento:  Novembro de 2014 Sinopse: «Guardo as minhas cartas numa caixa de chapéu verde-azulada que a minha mãe me trouxe de uma loja de antiguidades da Baixa. Não são