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41 Anos Depois



41 anos depois, penso em tudo o que mudou. Centenas de soldados dedicaram vários meses das suas vidas a preparar o dia que iria mudar a vida de um país, que devolveria esse precioso tesouro que é a liberdade a toda uma nação.

41 anos depois, penso no quão horrível deveria ser viver sem liberdade, sem podermos dizer o que pensamos ou expressarmo-nos da forma que queremos. Contudo, a verdade é que os nossos pais e avós viveram desse modo. Viram pessoas a sofrer com isso e viram igualmente a luta e o amor à Pátria daqueles que recuperaram a liberdade.

E hoje?

Hoje, 41 anos depois, há quem se pergunte se valeu a pena. Houve uma professora minha que usou uma frase que me fez rir, mas que também me deixou a pensar. Em jeito de brincadeira, mas falando muito a sério, ela comentou que os capitães de abril – os heróis da revolução – que já faleceram, devem estar a “dar voltas na cova” só de ver o estado a que este país chegou. E, se pensarmos bem, é de certo uma forma verídica de ver as coisas. Não querendo entrar em politiquices – até porque não percebo nada disso – acho só que aquelas pessoas lutaram, há 41 anos, por uma Pátria melhor e hoje as coisas estão como estão.

41 anos depois, eu questiono-me sobre se foi por este país que Salgueiro Maia lutou. Duvido.

Talvez caiba um pouco a cada um de nós olhar para o passado, compreende-lo e tentar mudar algo no presente, honrar aqueles que tanto fizeram por nós e para que pudéssemos ter um futuro livre, que pudéssemos viver num bom país.


Há 41 anos atrás, foi o MFA quem lutou pelas gerações futuras. Hoje, 41 anos depois, é a nossa vez de lutar para honrar as gerações passadas. 


(fotografias alusivas a uma pequena exposição feita na minha escola na comemoração dos 41 anos do 25 de abril de 1974)





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