Hoje, encontrei-me de lágrimas
nos olhos ao ler algo que se tornou bastante mais pessoal do que imaginava. E
então percebi que há preocupações e medos dentro de mim que ainda não tinha
descoberto e que parecem agora vir ao de cima.
Eu sou uma pessoa com quem,
geralmente, está sempre tudo bem. Na verdade, não há muitas razões para estar
mal. Tenho montes de amigos que adoro e em quem posso confiar, tenho uma
família (razoavelmente) boa, faço todas as coisas de que gosto, tenho sonhos prestes
a concretizar-se… Tudo parece bem. Mas, sempre que vou mais a fundo dentro de
mim, sempre que toco nos meus próprios medos, nas minhas fraquezas e
preocupações, eu apercebo-me eu as coisas talvez não estejam sempre assim tão
bem. E é normal. Não há vidas perfeitas e por mais que eu queira mostrar que
sou feliz, que gosto da minha vida e que tudo está bem, há sempre algo que
falha e, às vezes, sou eu própria quem esconde isso dos outros e de mim mesma.
A minha família, geralmente, é o
meu maior medo, a minha maior fraqueza e a minha maior preocupação. Porque,
mesmo que, no geral, as coisas corram bem e nós sejamos uma família unida e
feliz, há sempre coisas a correrem mal e a acontecerem. E isso causa medos,
preocupações. Dei por mim a achar que a doença da minha avó era algo que já não
me afetava, acho que já estava habituada. Mas agora (e sempre) que penso, eu
percebo que não. Porque, apesar de todos os erros que ela já cometeu, ela é a
minha avó e foi ela que tomou conta de mim e me criou sempre que a minha mãe
não podia fazer isso. E eu sei que ela não é a melhor pessoa do mundo, talvez
até esteja bem longe disso, mas eu preocupo-me com ela e tenho medo que ela não
possa acompanhar o resto do meu crescimento, devido à sua idade e à sua (já
fraca) saúde.
Contudo, acho que os medos, as
fraquezas e as preocupações fazem parte da vida. É preciso aceitá-los e
guardá-los, mas não escondê-los. Precisamos de os ter presentes para, um dia,
sermos capazes de os enfrentar, lidar com eles ou ultrapassá-los. Por agora,
talvez seja demasiado cedo. Sou só uma adolescente apanhada no meio da confusão
que é a vida. Mas um dia mais tarde. Um dia mais tarde será o dia d, aquele em
que me vou resolver comigo própria, com os meus medos, fraquezas e preocupações
e com o mundo que me rodeia.
Nem tudo está sempre bem, compreendo-te perfeitamente. também passo por isso. Mas como tu dizes : "É preciso aceitá-los e guardá-los, mas não escondê-los. Precisamos de os ter presentes para, um dia, sermos capazes de os enfrentar."
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