Somos teimosas. Discutimos
frequentemente, embora agora menos que há uns anos atrás. Brincamos uma com a
outra. Dizemos coisas estúpidas que só nós entendemos e que deixam os nossos
pais a olharem-nos de lado. É raro o jantar em que o coro não se faz ouvir e
quanto mais estúpidas forem as músicas, melhor. Agora ‘saímos’ mais vezes
juntas, procuras incluir-me um pouco mais na tua vida. Deixas-me conhecer os
teus amigos e até já confias o suficiente em mim para sermos amigas no
Facebook. Trocamos mensagens, por mais básicas que sejam. Falamos sobre (quase)
tudo. Suportamos dramas familiares juntas. Chamamo-nos à razão quando assim tem
de ser. Partilhamos roupa, livros e, por vezes, cama e até já nos perguntam se somos gémeas, ao
que nós rimos como resposta e já nem nos importamos tanto como queremos
mostrar. Somos mais unidas agora e eu
tenho orgulho do percurso que temos feito.
Passámos de duas pessoas que
discutiam todos os dias por tudo e por nada, que quase nunca estavam juntas, a
sermos irmãs de verdade, no que eu penso ser ou vejo como o verdadeiro
significado da palavra.
Por agora, somos demasiado
orgulhosas para dizermos que gostamos uma da outra e que temos orgulho em
sermos irmãs, mas acredito que um dia conseguiremos. Assim como conseguiremos
agradecer tudo o que não foi agradecido na devida altura.
Se um dia ‘fugires’ de mim, sei
que a minha vida vai ser mais monótona e até, quem sabe, triste e apagada. A
mãe e as outras pessoas que nos são próximas dizem que fico mais calada sem ti
e não duvido. És uma parte de mim, bem como eu sou uma parte de ti (espero) e
acredito que fazemos falta uma à outra quando estamos longe – afinal, 6 anos
não é assim tanto.
Mesmo que não to diga, nunca, eu
amo-te. Não sei se sou óbvia, mas todas as vezes que te chateio e implico com
tudo é uma forma de o dizer. Cada um
mostra o que sente à sua maneira.
Não sei se vais ler isto (por um
lado espero que não, ou caso o leias que não me confrontes com ele ou irei
ficar envergonhada), mas espero um dia poder dizer-te tudo isto cara a cara –
porque não sou tão boa a escrever como tu, essa parte é toda tua.
Então pronto, gosto muito de ti.
Que bela declaração... :)
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