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Dreams come true

Cá por casa diz-se que danço desde que sou pequena. Sempre que havia música, onde quer que fosse, lá estava eu a dançar - até no meio do shopping. Houve, então, uma dada altura em que a minha mãe decidiu que tinha de me pôr num grupo de dança e assim foi. Aos 7/8 anos, comecei a fazer parte de um grupo de dança (na altura, pertencente a um ginásio aqui da zona). 

O meu crescimento foi sendo acompanhado pelo crescimento deste grupo não só a nível de membros, como a nível de trabalho, dedicação, exigência e objetivos. À medida que fomos crescendo - e que fomos sendo brilhantemente lideradas por uma pessoa de um coração gigante e com muito amor àquilo que fazia connosco - fomos levando as coisas de uma forma muito mais a sério, até ao momento em que decidimos que queríamos entrar em competição, mesmo sabendo o que uma coisa dessas implicava.

A partir do momento em que entramos no mundo da competição, seja em que desporto for, a dinâmica das coisas muda um bocadinho. É preciso mais rigor, mais disciplina, mais trabalho, mais esforço, mais dedicação e, inevitavelmente, mais paciência. Se há algo que aprendi com competições, foi que o stress e a pressão tanto pode ser uma coisa boa, que nos faz trabalhar para sermos melhores e não falharmos, como algo mau, que complica relações e causa conflitos. E foi isso que aconteceu connosco, algumas vezes, ao longo dos últimos anos.

Depois de a época passada (2016/2017) ter sido a mais frutífera, com o nosso lugar no pódio pela primeira vez, e também uma das mais complicadas a nível de stress, lesões e conflitos, o grupo sofreu uma mudança radical. A pessoa que nos treinava decidiu que estava na hora de sair, até por motivos profissionais, e que nós precisávamos de "sangue fresco" para podermos continuar a progredir. 

E foi então que chegou a D., com o seu sotaque do norte e o seu ar descontraído que nos conquistou desde cedo (pelo menos, a mim). Mostrou-nos desde início que era preciso muito trabalho e muito esforço para progredirmos, mas que nada era impossível.

Lá para os finais de 2017, apareceu a hipótese de participarmos num concurso online, o Yorn Dancers. Sem grandes expetativas e feito um bocadinho a correr, lá submetemos o primeiro vídeo - gravado num daqueles dias bem frios de janeiro (lembro-me eu muito bem). Depois de muita promoção da nossa parte, lá estávamos nós nos quartos de final. Ainda havia muitos grupos a competir, por isso continuámos a esforçar-nos arduamente e a trabalhar bastante para assegurar o nosso lugar na competição. Pouco a pouco, passo a passo, chegámos à final - que ocorreu ontem, dia 29 de abril, no Capitólio, em Lisboa.

No início, nenhuma de nós acreditava que isto fosse realmente possível. É claro que queríamos chegar à final, que queríamos ganhar, mas nunca pensámos que fosse possível. Tinhamos uma boa coreografia, estávamos confiantes, mas há sempre aquela ponta de dúvida que nos faz acreditar que não é possível. Depois de muita promoção e de uma atuação que não correu tal como queríamos, fomos surpreendidas. O nosso nome estava lá, em grande plano, mesmo por baixo do 1º lugar!


Apesar daquela esperança que tinha, nunca acreditei que isto pudesse mesmo acontecer connosco. Mas aconteceu. GANHÁMOS e VAMOS ATUAR TODOS OS DIAS DO ROCK IN RIO. É um sonho tornado realidade, mesmo que isto seja um enorme cliché. Onze miúdas de Coimbra, lideradas por uma pequena grande mulher de São João da Madeira ganharam um concurso nacional no qual competiram com mais de sessenta grupos! Acho que ainda nem caí em mim.

Não foi um caminho fácil. Tivemos de trabalhar muito, de ter muitos treinos extra, de nos esforçarmos muito e também tivemos os momentos em que nos fomos mais abaixo, mas nunca desistimos. Lutámos, demos o nosso melhor e naquele palco mostrámos de que raça somos feitas. 

Obrigada a todos os que votaram em nós. 
Obrigada aos nossos pais e amigos que ontem se levantaram tão cedo para nos acompanharem nesta aventura.
Obrigada a todas vocês com quem eu partilho os treinos e o palco por serem tão fantásticas.
Obrigada a ti, D., por seres uma pessoa incrível, com esse coração enorme e que me conquistou desde o começo.
Obrigada a ti, J., por seres uma grande amiga e por teres sido tu a iniciares-nos neste mundo da competição. Seremos sempre as tuas meninas. 

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Boa semana, dreamers!


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